28 outubro 2009

Mutação de Informação

É espectacular a forma como se comunica em Portugal. Mesmo que se seja culpado, assumindo-se culpa, há sempre forma de, no final, tudo soar a inocência e ter direito a absolvição.

" A despesa pública aumentou pouco mais de 1%" , mesmo que o valor fosse 1, 83%, a afirmação está correctíssima, nem que seja aos interessados que afirmam, por norma este exemplo, encaixaria na perfeição ao governo. Quem lê, percebe que, que por pouco
nem se atingia o 1%. "Estão a trabalhar bem! Já se vê melhoras, mas não podem fazer tudo de um momento para outro.".

" A despesa pública atingiu um agravamento de quase 2%", aqui pode-se perceber que, quem afirma é a oposição. De relevar que o "quase" compreende valores desde 1,01% até 1,75%... Acima disso, o "quase" seria alterado para "muito perto de". Os mesmo
que leram a anterior, já ponderam e avaliam, "Porra! Mais 2% de despesa?! Estes gajos é só gastar o nosso dinheiro!"

"A despesa agravou 1,45685%, dados fornecidos pela INE ( ou de outro sítio qualquer) ." Abertura do telejornal da RTP, a salvaguarda não está na revelação da fonte, mas sim no prolongamento do valor até à quinta casa decimal! Dá a sensação de certeza na revelação, pelo canal público. As pessoas vêm e argumentam, " Sim senhor, vão até ao promenor dos valores, isto assim dá confiança. Não imagino quanto seja... Mas pronto."

" A despesa agravou 1,5%, cerca de 2.1 mil milhões de euros. " Não há tangas, isto chama-se serviço público, ou populismo, a diferença é ténue, arredondamento a uma casa decimal, e logo de seguida o valor "por extenso". É o fim da picada! "Filhos da %#%&, estes Cara(/%#, é so f#%(& a pasta dos contribuintes. Não há quem rebente com aquela m(&$# toda?!"

Posto isto, espero ter ajudado, na dismitificação do Português "económico". Os valores apresentados são ficticíos. Optei por isso, caso contrário teria que censurar-me nos (/&%%$/&!)=(" e colocar todas as letras, sílabas e tudo em letra maiúscula!

Cmp's
Kaja

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